View from Afternoon High

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

È sempre por volta desta época...quase natal...passa-se sempre qualquer coisa comigo no Natal. Não consegui ainda definir a razão para tal, mas acho que todo o meu ser se abre ligeiramente para tudo o que se passa à sua volta. De certa forma, talvez até inconsciente, sinto um grande desejo de viver o que até agora ão vivi, por medo, por estupidez, por falta de tempo... Cresce em mim uma necessidade furiosa de agarrar todos os pequenos pormenores desta lúgubre vida.
Mas é também no Natal que faço mentalmente o balanço da minha vida durante este ano que se finaliza, e é sempre tudo tão estranhamente diferente. Porque as pessoas podem não crescer muito, mas evoluem em saltos gigantescos.
Este ano vivo longe da minha família. Cidade diferente. Estou na faculdade. Gosto. Na verdade, a minha vida está muito diferente para melhor.

Mas a quem me lê eu digo e continuarei a dizer: há muita coisa neste mundo que se esquece, vivemos muito e guardámos pouco... mas há coisas em nós, que por muito que detenhámos uma capacidade absurda de esquecer, essas coisas simplesmente ficam...vão ficando. Por isso, apesar de a cidade ser diferente, uma diferença de 320 km, a casa é diferente, os sitios sao diferentes, a cama é diferente e só restam fotos... mas eu estou sosinha e nao estou. Nesta casa ainda guardo pequenas coisas que representam aqueles que foram grandes momentos. Essas pequenas coisas são simbolos de que apesar de eu aqui estar, e ter partido meia-fugida, estes objectos relembram-me as razões que me farão voltar um dia às origens.

Agora tenho é o meu momento para aprender a ser feliz, por mim, e por mais ninguem. Dar valor a mim antes de qualquer outra pessoa. Não é uma questao de egoismo, mas ao fim de alguns anos, depois de vários balanços, apercebemo-nos que um pouco de auto-valorizaçao a mais não é pecado, só faz bem ao orgulho próprio. Isso não me impede de continunar altruísta. Só me ajuda a abrir as minhas possibilidades de abraçar a felicidade. Pecado é não aproveitar a vida que nos deram.

Pecado é dormir sosinho.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O quanto me basta para dormir.


São umas 2 da manhã agora. Mania de ver as horas passar sem dormir.

Sei que é tudo psicológico, e obviamente só podia ser...porque vem de dentro, bem do fundo.

A questão é: sinto a tua falta. E queria dizer-to com todas as letras com que escrevo aqui. Sinto mesmo a tua falta. Não preciso que estejas comigo a toda a hora e que me ames como eu te amo, não é isso. Preciso de te ver apenas por segundo todos os dias. É o quanto basta para que o meu peito acalme esta idiota ansiedade. Ver que estás bem e feliz, que finalmente a vida corre-te bem, que finalmente percebeste que não precisas de mais nada a não ser da tua inteligência e força para seres feliz e perfeito.

És perfeito em toda a tua imperfeição. Gosto tanto de ti.

Nunca te disse isto na cara pois não?...Acho que foi um dos meus erros. Agora, estou quase de partida e penso...arrependo-me de tudo o que te deixei por dizer. Queria ver na tua cara, nas tuas mãos, nos teus olhos o que sentirias quando te dissesse que te amo. Já há muito tempo.

Acho que de certa forma tu sabes. Tu sentes. Tu sentiste na despedida na estação de comboios. Nesse momento, por dois segundos antes de embarcar eu senti toda a tua força a abraçar-me como nunca o fizeste antes, depois de tudo o que te pedi. Eu vi nos teus olhos a ternura que sentes por mim. Aliás, eu inclusive soube das tuas tímidas lágrimas quando eu fui embora.

O que eu continuo sem saber é a razão de não termos permanecido juntos. Secalhar é por isso que ainda gostamos tanto um do outro. Não nos cansamos. Mas doeu ter de aguentar tanto tempo afastada. Doeu? Ainda doi. Não sei bem quando vai parar. Acho que nunca. Foste e és o primeiro homem que eu amei. Agora mais uma vez vou embora e levo na mente as recordações, na boca o sabor dos beijos, nas mãos o calor do teu corpo, e no meu corpo o calor das tuas mãos. Levo pedaços da tua alma nas dezenas de fotografias que te tirei para poder admirar com calma todos os pormenores que me fazem gostar de ti. Gostar assim desmedidamente. São as pequenas coisas que me fazem pensar em procurar-te antes de ir embora, mas não sei se valerá a pena. Diz-me tu.

Nunca escrevi assim para ninguém. Nem por ninguém. Nem sobre ninguém. Portanto tudo isto para mim é novo e dificil de perceber, apenas sei que nem tudo o que quero posso ter, mas ninguem me explica porque que nao tenho nada do pouco que quero... a ti.

O quanto me basta para voltar a conseguir dormir é ver-te sorrir para mim.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Vem.

Afinal quem somos nós? Para mim, é estranho, cada vez mais, acordar e sentir um corpo que sustenta fisicamente o espirito que sou. Mas não consigo entender o que este corpo representa. O corpo é o aspecto que o espirito toma como seu até ter de partir. Mas o meu corpo...já pouco sinto dele. Quando temos tudo á nossa frente e nada nos impede de desejar a felicidade e procurar encontrá-la, seja aqui ou no fim do mundo, quando a juventude é tudo, a loucura acompanha cada aventura.
A maior magia de todas. Cada droga liberta a tua mente, relaxando-a e tornando possivel que o teu pensamento seja livre de deixar os teus sonhos, desejos ou impulsos tornarem-se um pouco mais reais. Não sabe bem? A melhor sensação do mundo. A maior perdição do homem.
Assim a vida parece um corredor infinito, e podemos correr de braços abertos que nunca vamos bater no fundo. Apenas queremos abrir as portas, sem ter medo do que está por trás de cada uma. Apenas queremos ser felizes.
A pergunta não é mais se "queremos voar?!". A questão é e sempre foi: " Agora que sabes voar, queres companhia?"

Acordar pode doer, mas viver será sempre a melhor sensação.*

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

De manhã.

De manha o autocarro abana o meu corpo solenemente de um lado para o outro... sinto-me sonolenta. Ao sair pelas portas o frio rasga-me a alma, regela-me o peito e diz-me para acordar para a vida. Subo a rua de sempre, com a cara de sempre, nem a disposiçao muda. O meu dia na verdade so começa quando alcanço o topo dessa rua. Aí tudo á minha volta é factor para a mudança. O frio continua a romper a pele, sem dó. Cruzo a esquina e continuo a caminhar; não sei bem porquê mas todos os dias os meus olhos não se fixam num ponto, mas perscrutam tudo nas ruas, e todos os dias vejo algo novo. Ainda não me habituei á nova casa. Atravesso a rua, mas está vermelho; vejo o carro ao fundo...não vejo os olhos de quem vem do lado de lá do vidro, mas sei que não quer parar, bem... eu também não, estamos quites. Corta o espaço e passa à frente. A caminhada acaba em frente aos portões cinzentos enormes. Diz-se escola, mas é mais uma das poucas albergarias de freaks que eziste no mundo. E ainda bem que assim é. Ou não seria a casa.
O primeiro cigarro da manhã sabe tão bem como o nectar dos deuses... deixar de fumar? porquê afinal? estaria a tentar enganar-me a mim mesma? eu sou capaz de fazer tanta coisa, mas deixar assim, algo que já está tao incrustado na minha personalidade como se fosse as próprias unhas das minhas mãos...é ridiculo. Os olás repetem-se de formas diferentes... com entoações diferentes. Cada olá vem com algo mais por trás. Nunca ninguém se fica pelo simples cumprimento, apenas por boa educaçao. O dia começou há já varias horas mas são 8 e meia quando os meus olhos se abrem.
Ultimamente sinto comichões interiores que já nao sentia ha muito tempo. Ao contrario do que as comichoes costumam significar, para mim elas são sinal de quem se sente optima na pele que tem, e coça para perceber que tudo é tao real quanto parece. Após um ano de transformaçao, sinto-me alguem. A nostalgia de quem esta pronta para viver rompe no peito e o frio deixa de ser cortante; O calor de saber que o mundo é meu aquece-me o coração.

sábado, 8 de novembro de 2008

Falta um ano.

A ansiedade é cada vez maior, a ansiedade de sair daqui...para sempre talvez...ai quem me dera.
Estou farta de não acabar um jantar sem uma discussão, da minha opinião não ser aceite e reconhecida, tudo por um jogo de interesses individuais. Tenho vontade de me afastar destas pessoas. Estas pessoas deram-me vida mas não me deram a vida. Estas pessoas nem parecem parte de mim. Cada um gira em torno do seu próprio ego e se eu lhes peço que não o façam, que parem e pensem, chama-me ingrata. De repente a deslocada sou eu, e não eles. Eu não sirvo, eu não encaix, eu não percebo. Então a ansiedade aumenta mais um pouco. Quero pegar nos pertences que me fazem mais falta, como as fotos e as recordações, pedaços daquilo que poderiam ser vidas, histórias e promessas, estivesse de viagem sem olhar para trás. Vou ter saudades tuas, e tuas, e tuas e dele e deles e dela e delas e de todos... os que sabem que eu vou ter saudades suas. Afinal nasci no porto, quero morrer no porto. Mas já não consigo viver no Porto. Preciso de acordar num sitio diferente, cheirar uma brisa diferente de manhã, preciso que nesse lugar até o calor e o frio sejam diferentes dos daqui. Preciso de um mundo completamente novo para respirar livremente tudo o que me espera e me sorri. Olho em frente e sóvejo felicidade apesar de tudo, estarei correcta? Olho para trás e sorrio, por tudo o que foi bom e desespero por deixar tudo o que é mau.

Esta é a primeira vez que escrevo ao fim de cerca de meio ano e não sei se estarei a fazer sentido mas a necessidade falou mais alto. Afinal, pôr em palavras o que nos escorre da alma é muito mais apaziguador do que guardar para dentro, sufocando a dor, espremendo a mágoa, tudo dentro do mesmo coração.

Quando era pequenina queria ser veterinária junto com a minha melhor amiga. Ela hoje está casada, e grávida do primeiro filho. Eu estou mais que solteira e minto a mim mesma se acho que já dei o que tinha a dar. Quero ir de chinelos nos pés, t-shirt e calções, mochila ás costas e câmara na mão. Tu vais estar comigo Fátima. Neste momento do meu percurso também desejo ligeiramente que venhas a poder estar comigo, ó tu, que és como eu, amor.

E no final de tudo, quando o mundo já tiver mostrado tudo de si, e só falte nós criarmos o que há-de haver para os que se seguem verem, aí sim... vamos acampar no meio de nada e fumar o nosso, a ver as estrelas que continuam a observar-me.


("I know someday i'll have a beautiful life." black- staind)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008



Corta pá frente. Tudo tem uma piada diferente vista desta perspectiva. De repente é tudo muito mais malicioso do que a realidade sugere e a normalidade condena. Uma simples palavra ganha inúmeros significados, e um vasto Universo de silêncio estende-se perante nós, pois os gestos comandam. Hora e meia não existe...como o tempo assim passado sabe mais do que bem tudo vai parecer menos que um milésimo de segundo.

Mas não! pára... corta pa trás. Perdeu a piada e parece que tudo o que se passou antes foi simples imaginação da minha cabeça. Será possivel que tenha sido tudo fantasia? pah que se lixe.

Afinal o meu mundo balança entre estes dois pólos e vai-se tamborilando por entre beiras e bermas sem qualquer objectivo principal... Só quero encontrar a maneira mais engraçada de ser feliz, mais feliz do que já sou.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

memórias


Depois de dois dias assim a vida muda a sua própria orientação e já ninguém parece ser quem antes fora ou parecera ser para mim. Aos meus olhos os segredos vê(e)m ao de cima e a verdade na verdade nunca o foi, em parte para minha confusão, em parte para minha desilusão. Deitada na relva fria mas confortável olho para a imensidão do escuro do céu desta noite, sim porque amanhã não será o mesmo, o céu muda todas as noites e todos os dias para quem não sabe! Muda o céu bem como a minha disposição. Imagino cada estrela como sendo um momento que eu já passei e com quem o passei e a que mais brilha é a que mais recordações deixou e deixa. De repente todas essas memórias atingem-me em passagens de flashes, ou como as páginas de um livro que o próprio vento desfolha sem ajuda de ninguém: estou deitada na toalha mas sinto a textura de areia quente debaixo de mim. O calor é demasiado e pela minha pele escorre o suor como se fossem gotas de chuva que formavam uma poça no fundo das costas. Olho para o lado e estás tu, deitado na mesma posição que eu e nos teus óculos de sol vejo o meu reflexo convexo. Ao veres os meus olhos brilhantes pelo sol e por ti (lembro-me eu) sorriste para mim, mas os teus olhos ficaram por decifrar por detras das lentes pretas.--->Agora vejo uma imagem minha num carro a percorrer uma longa e larga auto-estrada rodeada apenas por campos desertos de milho e trigo. Levo as pernas de fora da janela e vou sentada no banco da frente, enquanto que olho para as placas que marcam agora a divisória da fronteira entre espanha e portugal. Olho para o telemóvel e este acabara naquele momento de passar a ter rede portuguesa. Carrego enviar e segue para ti a mensagem " Xeguei agr de espanha! bjok@s".---> A imagem muda novamente e agora estou num comboio e ninguém está sentado perto de mim. No meu pescoço está uma marca recente de um chupão e o meu coração bate violentamente contra as costelas. Olho para o bilhete que levo na mão e está escrito " Porto-Santo Tirso, ida e volta". Olhei para o ecrã de informações do comboio, era dia 05-05-05 e 13:00.----> Agora vou numa camioneta e sinto o corpo encostado à janela a balouçar com o movimento desta. O meu olhar está preso nas imagens que vão passando do lugar que mais paz me traz no mundo e a sensação de que mais uma vez estar a sair de lá apertava-me seriamente o peito. No ouvido ia entrando a "paciência" de mafalda veiga e joão pedro pais.---> Estou prestes a sair do auditório enorme que se encontra atrás de mim e de repente paro com a mão na porta. Viro de novo o olhar para o palco, já estava tudo escuro e ninguem andava por lá. Comecei a descer e quando cheguei perto do palco não subi as escadas todas, apenas 2 lances e sentei-me, encostada à parede. Do outro lado, por trás das cortinas pretas e pesadas que levavam aos bastidores dos artistas e dos instrumentos, soltava-se a música por entre as teclas que sentiam os teus dedos tocarem-lhes. Nesse momento pensei levantar-me para me ir sentar ao teu lado mas a razão foi maior e deixei-me ficar sentada ali, no escuro sem te ver, mas a sentir-te mais perto de mim do que nunca.----> Estou sentada no autocarro e já é de noite. Ao meu lado está a minha afilhada e um rapazito que acabei de conhecer. Já estou quase a chegar a casa e recebo uma chamada. Atendo e do outro lado a vez diz-me "já soubeste da Rute? cortou os pulsos!!" Nesse momento senti o chão fugir-me debaixo dos pés. eixei de conseguir ouvir o que se passava á minha volta e só o telefonema existia. Gritei adeus à minha afilhada enquanto me levantava apressada do banco para ainda sair na paragem de casa da Rute. O medo tinha tomado posse de mim.---> São 3 da manhã e estou aos saltos na cama da Rita a bater-lhe com almofadas. A brincadeira é eterna e a noite não pode acabar. A felicidade e alegria são mútuas.---> É uma da manhã e estou com a rita a fumar um cigarro às escondidas dos pais dela no terraço, no meio do escuro. Ainda ouvimos ao longe o som da musica dos carrinhos de choque e pensámos seriamente em fugir de casa por uma horas para irmos ter com o pessoal, mas de repente o som pára. Desistimos da ideia que nos parece agora ainda mais divertida do que no ínicio.----> Estou agora sentada na mesa do terraço ainda cheia de sono mas pronta para almoçar com a família da Rita. Esta chega também já toda produzida e á medida que se vai sentando na cadeira ao meu lado passa uma gaivota rasante que lhe caga certeiro na cabeça tão imaculadamente penteadinha. Toda a gente se ria e ela furiosa entrava de novo em casa directa á casa de banho.---> Estou agora sentada no chão frio do recreio da soares encostada ao muro e olho para o céu.Tenho os fones nos ouvidos e as músicas que passam trazem demasiadas coisas boas e más á minha memória. As lágrimas mostram-se então impossiveis de suster e mais uma vez a minha afilhada é a primeira a chegar á minha beira----> O vitor veio falar comigo, dizer-me que sonhou comigo...eu rio-me mas até me senti lisonjeada em boa verdade. Depois diz que eu lhe pareço abatida "o que tens pareces em baixo nos últimos tempos.?! qualquer coisa podes falar porque não acho nada bem que andes assim....". Precisava mesmo do abraço que se seguiu e das palavras que se soltaram sem serem esperadas.----> Estou numa casa de banho e o meu reflexo no espelho em frente mostra uma rapariga de cabelo molhado "Tens a certeza do que vais fazer?" dizia a voz da minha tia por trás de mim segurando uma tinta demasiado escura para alguém que quer brilhar. "É para mudar é para mudar!!" Soltou-se a minha resposta.---->Estou num quarto e sinto tudo a andar á roda, e ainda é pior quando tento fechar os olhos porque o som á minha volta amplifica-se cem vezes mais e o chão parece tremer, mas no fundo estou naquele momento a adorar tudo o que se passa.Sinto-me realmente feliz e descontraida. ---> Estou no cinema e já tenho a roupa toda suja de migalhas. Ao meu lado está a Cris. Na tela está a passar o filme dos thunderbirds e na sala não está mais ninguém para além de nós duas e uma velhinha que embora estivesse realmente escuro, lia um livro.----> Estou sentada num carro parado por causa da fila que se formou na zona do estádio do Dragão. Ao meu lado estava o Carlos cheio de impaciência para chegar à faculdade. Viu-me olhar par ele e sorriu-me divertidamente. Um olhar de repleto e inconsciente menino e o cabelo despenteado por baixo do não-usual boné.---> Eram cerca de 14:30 horas e estava em frente a um edificio que na janela dizia IPTA. Sentava-me no muro cinzento com o Carlos encostado ao meu lado enquanto esperávamos que o seu irmão saisse das aulas. O que se passou nos minutos seguintes eu própria decidi apagar da minha memória e portanto não vou registar algo que não me lembro, mas depois desses momentos a memória volta e estou eu na berma da estrada abraçada ao Carlos que com a força que me agarra parece não me querer deixar desfalecer, mas a sua t-shirt da nike já está suja de lágrimas negras pelo lápis dos olhos que eu tinha usado nessa manhã.---> Era uma sexta-feira de tarde e eu estou na ribeira abraçada ao Carlos de olhos fechados enquanto sinto o vento roçar a minha face e o meu cabelo. Já tinha saudades de o ver. Naquele momento percebi que mesmo depois de tão pouco tempo aquele tinha-se tornado o irmão que eu precisava para ter força para continuar a tentar ser feliz.----> São dez da noite e estou em cima de um palco no largo do souto. Ao meu lado está novamente o meu pianista preferido treinando e afinando o orgão para mais um concerto. Aqui as confidências tomam lugar e posição numa eternidade intemporal.--->Estou sentada num dos cestos do carrossel do gelo e tu estavas ao meu lado depois de muito tempo e insistência. Quando a libertadora e atribulada viagem começou passei a minha mão pela tua, mas no entanto não sentia qualquer correspondência pelo tacto gelado que me era transmitido.---->Dançava freneticamente em cima de um palco que se abanava todo ameaçando cair. Para mim estava era mal montado, mas nesse momento nem me preocupava com isso, na verdade até me passou pela cabeça ajudar na demolição com os meus saltos. Tinha cerca de 12 anos e muita energia na alma, nada comparado com agora.----> Dançava agarrada á Tânia e era já de noite. Dançavamos ao ritmo das batidas do círculo de fogo e sentia-me bem, realmente bem. O fogo parecia iluminar mais do que apenas a noite.---> Estava sentada num banco demasiado frio, mas era-me indiferente. Na minha frente estava um caixão aberto e rodeado de flores e lá dentro estava uma mulher a quem sempre vou chamar avó e segunda mãe. Não conseguia chorar como os restantes que estavam na sala e ainda não tinha percebido porquê..."Porquê??"--->Estou agora sentada novamente num carro mas desta vez este é do meu primo. Já é de noite e resolvemos sair um pouco para descontrair. Eu leveva já o cigarro aceso na boca e ele tentava chegar ao bolso com a mão que não segurava o volante mas não conseguia, por isso dirigiu-se a mim "segura no volante um coche" e largou o volante de repente. Eu fui de forma rápida e desastrada pela surpresa fazer o que ele disse enquanto ela manobrava os pedais e descontraidamente acendia o seu cigarro Camel. Era divertido ser irreverente na companhia de quem cresceu comigo.
Isto são apenas algumas das recordações que permanecem na minha memória e me enchem de certezas sobre a minha existência física e dúvidas sobre a minha predestinação. Amo-te maninho*_*

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